Há exatos dois anos, o mundo assistia estarrecido a uma das maiores tragédias da humanidade. O rompimento de uma barragem com 11.7 milhões de metros cúbicos de rejeito causou a morte de 270 pessoas. A trágica tarde do dia 25 de janeiro ainda causa muita dor, especialmente para as famílias das 11 joias que permanecem desaparecidas.
Por esta razão, o Governo do Estado e o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) permanecem firmes no compromisso de dar continuidade a mais longa Operação de Busca já realizada no Brasil e no mundo até que todos sejam encontrados ou que não haja mais condição fática de prosseguir.
Na tarde desta segunda-feira (25), o governador Romeu Zema participou, juntamente com os familiares das vítimas, bombeiros e convidados, de uma homenagem pelos dois anos da tragédia em Brumadinho. Além do Comandante-Geral do CBMMG, Coronel Edgard Estevo da Silva; do Chefe do Estado-Maior, Coronel Erlon Dias do Nascimento Botelho; do Comandante da Operação, Coronel Alexandre Gomes Rodrigues; também estiveram presentes representantes da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão (Avabrum) na cerimônia que ocorreu na Base Bravo.
Uma solenidade simples que seguiu todos os protocolos sanitários de prevenção ao coronavírus, mas que expressou o mais nobre sentimento de empatia pela dor daqueles que se foram de uma forma tão cruel.
Mais cedo, no letreiro da cidade, representantes das famílias também prestaram uma bela homenagem com flores, balões, reflexões e gestos de solidariedade pelas vítimas. Mais tarde, na Base Bravo, em ato solene, os familiares receberam das mãos do governador Romeu Zema e dos bombeiros, rosas que foram colocadas sobre as cruzes que simbolizavam as 270 vítimas da catástrofe, enquanto no céu, uma aeronave despejava pétalas sobre o grande pátio em que se encontravam as cruzes.
Um dia de choro e lamento, mas também um dia para renovar a esperança e lembrar que desistir não é uma opção!
Resultados da Operação
Foram encontradas/identificadas 259 (duzentos e cinquenta e nove) vítimas em um universo de 270 (duzentos e setenta). Esses números representam 95,92% de êxito na Operação. Restam 11 (onze) joias a serem encontradas pelo CBMMG. Até o presente momento foram encontrados/identificados 83 corpos e 819 segmentos, sendo que a última data de nova identificação foi no dia 27 de Dezembro de 2019.
O trabalho continua
Nesta segunda-feira (25), a Operação Brumadinho completou dois anos de atividades que acontecem de forma praticamente ininterrupta, com exceção da pausa entre março e agosto do ano passado, em função da pandemia.
A operação se desenvolve sete dias por semana, incluindo os feriados, e aplica atualmente a sétima estratégia de busca, que consiste num revolvimento sistêmico da lama, associado a modelos preditivos e também ao cruzamento de dados.
A análise feita sobre a velocidade e comportamento da lama, análise de objetos e imagens de satélite, vítimas que já foram encontradas, comparações fotográficas, georeferenciamento, tudo isso é fruto do trabalho de inteligência para priorizar alguns pontos e atuar nessas áreas prioritárias que são revolvidas primeiro. Além disso, o trabalho é executado de forma simultânea em várias frentes.
Mais de 91 máquinas pesadas atuam simultaneamente em Brumadinho, com um efetivo diário de 60 militares, além de operadores de máquinas e outros envolvidos na atividade.
Foi estabelecido ainda o controle volumétrico para obter melhor gestão do rejeito vistoriado, o que é feito de forma automatizada. Para o período chuvoso, a formação de pilhas de rejeito em fileiras cobertas com tendas, mantém o material preservado para voltar para análise após a chuva.
Portanto, trata-se de um trabalho bastante complexo que atinge dois anos sem previsão pra terminar, sob o compromisso que foi firmado para com as famílias de empregar todas as tecnologias, recursos e efetivo disponíveis para que este ciclo de dor possa ter seu desfecho.