1ºBBM presta homenagem a veterano

Início / Notícias Criado em: 01-12-2020 às 14h:50

Sgt José de Souza Avelino recorda sua história no 1º BBM

O legado de uma corporação de sucesso passa por aqueles que forjaram a história com atos de bravura e tempo de dedicação ao longo dos anos. Cada história, cada lembrança, cada militar que passa, deixa sua marca, e por isso, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) procura sempre honrar aqueles que contribuíram com essa trajetória tão sublime.

Nesta manhã (1), militares do 1º Batalhão de Bombeiros Militar (1º BBM), em Belo Horizonte, ofereceu uma linda homenagem a alguém muito especial para a história da corporação. O sargento veterano, José de Souza Avelino, que serviu por muito anos no 1º BBM e viveu histórias interessantes ao longo da carreira militar, foi surpreendido ao retornar ao quartel, após algum tempo longe da farda.

Além do hasteamento das bandeiras, o militar reformado foi recebido na unidade por cerca de 20 bombeiros que trocavam plantão nesta manhã. Ele viveu alguns momentos de descontração ao recordar sua passagem pelo 1º BBM, relembrou velhas e boas histórias dos tempos de serviço, foi apresentado a novos equipamentos que são usados atualmente nas missões, reviveu as lembranças das viaturas e seus trajetos e, por fim, se emocionou com o parabéns cantado pelos amigos bombeiros por ocasião de seu aniversário.

Um dia de fortes emoções para o sargento que dedicou boa parte de sua vida honrando a profissão que escolheu e servindo de modo exemplar durante tanto tempo. Uma justa homenagem para alguém que ajudou a escrever a história do CBMMG. Vale a pena então, conhecer um pouco dessa história de valor.

Relembrando a trajetória

José de Souza Avelino, iniciou a carreira militar em 1962, aos 22 anos de idade. Foi lotado no Primeiro GI do Corpo de Bombeiros de Belo Horizonte.

O Soldado Avelino iniciou sua história na corporação dirigindo ambulâncias. A primeira ocorrência que atendeu de incêndio, foi apagar o fogo em um prostíbulo no centro de Belo Horizonte. Foi a primeira vez que dirigiu o caminhão e, sem saber ao certo o que fazer e onde eram os comandos, passou muito aperto enquanto descia a Avenida Afonso Pena. Chegou a quebrar o retrovisor.

Em outra situação, a guarnição foi enviada para um treinamento no meio do mato, hoje, próximo ao BH Shopping, que na época só existia vegetação. Eles se perderam na mata e além de não encontrar a saída, um dos colegas chegou a cair em uma vala. Eles tiveram que resgatá-lo, o que fez com que eles demorassem mais tempo para chegar ao quartel. Chegando lá, o comandante da época, aplicou uma penalidade pela demora em retornar. Todos ficaram detidos.

Certa vez, atendendo o comandante-geral do bombeiro, Cel Sebastião Duarte de Almeida, por seu trabalho, atenção e cordialidade, foi perguntado se gostaria de passar a atendê-lo, sendo seu motorista e no dia seguinte já estava atendendo o comandante, posição que ocupou até 1965, quando foi transferido para Uberlândia para inaugurar o Corpo de Bombeiros de lá.

Naquele tempo, atendia muitas ocorrências de retirada de cadáver em rios. Foi com a equipe retirar um cadáver no rio em Tupaciguara e ficou uma semana nas buscas. Ao voltar para casa a farda estava dura de sal do próprio corpo, por ficar tantas horas ao sol tentando encontrar a vítima. Foram muitas as vezes que resgatou pessoas caídas em cisternas, ataque de abelhas. Enfim, participou de várias formas de salvamento. Afinal, “ser bombeiro é salvar vidas”.

Em 1967 casou-se e, juntamente com a esposa Maria Helena Pereira de Souza, começou a vida familiar em Uberlândia. Longe de todos os familiares que estavam em Belo Horizonte, por amor a corporação, começou a criar sua família longe de todos.

Ficou em Uberlândia até setembro de 1972, quando voltou para Belo Horizonte e foi lotado na Polícia Militar para trabalhar no gabinete do governador. Atendeu muitos políticos importantes, coronéis e comandantes. Fez muitas amizades.

Na polícia aposentou em 1992. Mas, o coração sempre bateu forte pelo bombeiro. Por fim, esse é um breve relato da vida militar de José de Souza Avelino, homem que sempre amou o que fez e honrou a farda que um dia vestiu.