A maior operação de busca e salvamento da história do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) completa hoje (25) três anos. Durante esses 1096 dias contínuos de trabalho, o sentimento de esperança permaneceu inabalável, o que motivou a recuperação de 264 das 270 joias que perderam suas vidas no rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão.
Ao longo desse período, a operação enfrentou adversidades, tais como intensos períodos chuvosos e a pandemia que impôs a interrupção parcial das buscas nas frentes de trabalho, mantendo, no entanto, as ações de inteligência, que foram fundamentais para alcançarmos 97,77% de efetividade.
A operação permanece como símbolo da resignação, do compromisso e respeito do CBMMG com as famílias e com a população mineira.
Relembrando os fatos
O rompimento da barragem de rejeitos de minério B1, localizada na Mina Córrego do Feijão no município de Brumadinho, às doze horas e vinte oito minutos daquela sexta-feira, mudaria definitivamente a vida de centenas de famílias e milhares de pessoas que estiveram diretamente envolvidas.
Um volume de cerca de 12 milhões de m³ de rejeito de minério percorreu sobre uma área de aproximadamente 290 hectares, sobre estruturas administrativas e operacionais que estavam em pleno funcionamento, além de propriedades residenciais e comerciais, sítios, plantações, mata nativa e rios.
O rejeito da Barragem deslocou-se ao longo do leito do Ribeirão Ferro-Carvão (Córrego do Feijão), atingindo estruturas durante o percurso, além da vegetação da área, provocando considerável número de vítimas da comunidade local, de turistas e animais. Por fim, a lama de rejeito atingiu o Rio Paraopeba a uma distância de 9 km da origem.
Minutos após o rompimento da Barragem B1, o CBMMG recebeu dezenas de ligações telefônicas solicitando o empenho dos militares em ações de busca e salvamento das vítimas do rompimento. Imediatamente, foram acionados empenhos múltiplos de recursos de todas as unidades do CBMMG da região metropolitana de Belo Horizonte, dando início, então, à maior operação de busca e salvamento da história.
Estratégias e continuação dos trabalhos
De imediato, foi necessária a implementação de estratégias pelas primeiras equipes no local. Incessantemente, as buscas foram realizadas com emprego de todos os recursos operacionais disponíveis. A princípio, os trabalhos eram completamente dificultosos e foi necessário o desprendimento de energia e tenacidade pela tropa empenhada, a fim de localizar corpos em meio aos milhões de metros cúbicos de rejeitos.
Após 36 meses, depois da elaboração de diversas técnicas, disposição do efetivo militar e melhoria da logística estrutural, a maior operação de busca e salvamento do planeta segue se desenvolvendo.
Interrupção pela chuva
Em virtude da situação crítica que gerou diversos problemas no Estado, em decorrência do período chuvoso, ocasionando o desencadeamento simultâneo de diversas ocorrências complexas, foi necessária, momentaneamente, a suspensão dos trabalhos na operação Brumadinho. No entanto, para a manutenção mínima dos trabalhos no local, ainda há a permanência de quatro militares em revezamento até a retomada que deve acontecer nos próximos dias.
Retomada
A partir do dia 08 de fevereiro, as buscas serão retomadas seguindo o curso de um trabalho incessante que mesmo nos períodos mais complicados manteve-se empenhado em buscar as melhores alternativas para avançar tão logo fosse possível.
Neste estágio, os militares darão continuidade a oitava fase da operação que é a plena mecanização das buscas na qual o militar estará completamente isento de contato com o rejeito, o que aumenta significativamente a segurança da operação, além de ampliar a efetividade em até 3 vezes mais.
O novo método é baseado na separação de rejeitos que ainda não foram vistoriados. Para isso, serão implementadas, na estrutura da busca, grandes máquinas capazes de realizar a segregação de materiais. Por meio dessas máquinas, frações de rejeitos serão peneiradas com intuito de melhorar a visibilidade e a localização de joias que ainda não foram encontradas. Para aumentar a eficiência do equipamento, dois militares ficarão, constantemente, em uma cabine, observando a passagem de rejeitos pela peneira.
Números da operação
Total de vítimas: 270
Desaparecidos: 6
Efetividade da operação: 97,77 %
Duração: 1096 dias
Efetivo empenhado: 4.200, aproximadamente.
Volume Total retirado - 4.860.189 m3
Volume vistoriado - 3.959.620 m3
Falta vistoriar 900.568 m3
Rejeito vistoriado em 2021 - 1.909.845.79 m3