CBMMG e SES analisam modelagem do risco de inundação para o estado de Minas Gerais

Início / Notícias Criado em: 22-12-2022 às 09h:33

Geotecnologias para o apoio à tomada de decisão

Como primeiro produto do termo de cooperação técnica firmado entre o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) e a Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), produziu-se um ensaio que possibilita a previsão da inundação no território mineiro. A equipe produtora, composta de três militares da EMBM-2/Cinsp e seis civis, por meio das geotecnologias, utilizou em conjunto os métodos de Análise Hierárquica de Processos e Combinação Ponderada de Pesos, os quais geraram os modelos de suscetibilidade e exposição.

Segundo dados do CBMMG (2022), no ano de 2021, a corporação efetuou 305 salvamentos de pessoas ilhadas ou em inundação, enquanto vistorias de potenciais riscos e orientações à população somaram 8.027 ocorrências. No tocante a casos de pessoas infectadas por leptospirose, doença diretamente relacionada à água contaminada, a SES registrou, para o mesmo período, 585 casos em todo estado (SES, 2022).

Portanto, o estudo teve como objetivo geral a produção de um modelo determinístico que identificasse as áreas com maior potencial de risco de inundação em Minas Gerais. Acredita-se que os resultados aqui obtidos, ao serem compartilhados com o CBMMG e a SES-MG, podem contribuir para a tomada de decisão dessas instituições quanto à preparação e resposta aos períodos chuvosos dessas áreas, melhorando, consequentemente, a prestação de serviço para a sociedade.

Resultados e discussões

A AHP-CLP possibilitou obter modelos coerentes que demonstraram respostas plausíveis à realidade observada. O modelo de suscetibilidade indicou potenciais localidades à inundação devido às suas variáveis biofísicas. Torna-se notório que os canais fluviais ganharam importância, já que são os níveis de base local sujeitos ao acúmulo de água.

O modelo de exposição, por sua vez, cotejou variáveis de aspecto socioculturais, como a assimilação dos usos do solo em todo território, índices de fragilidade social e ações de resiliência (índice de saneamento, habitação e meio ambiente) dos municípios.

A junção dos modelos de suscetibilidade e exposição conduziu a criação do modelo de risco de inundação, composto por cinco classes identificadas: muito alto, alto, moderado, baixo e muito baixo. O modelo de risco de inundação foi validado com dados de atendimentos do CBMMG e SES-MG e demonstrou alta assertividade para previsões futuras.