Nesta quinta-feira (4), militares da Companhia Operacional de Ouro Preto, ligada ao 1º Batalhão Batalhão, apoiados pelo Batalhão de  Emergências Ambientais e Resposta a Desastres (Bemad), do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), foram acionados, por meio do tenente Rafael Rocha - integrante do Bemad - para socorrer um turista francês e mais dois escaladores no Pico do Baiano, na face leste da Serra do Caraça, Morro D´água, no distrito de Catas Altas.

O solicitante teria informado que uma das vítimas estava inconsciente e, de imediato, o comandante da Companhia de Busca e Salvamento (CBS), Capitão Tiago Costa, iniciou o planejamento da operação de busca e salvamento das vítimas.

Depois de um contato com um dos três, os bombeiros se informaram de que os escaladores estavam abrigados a cerca de 150m do cume e numa fenda de 800 metros. Eles também relataram que estavam sem água para beber, o que possivelmente poderia ter deixado um deles inconsciente.

O Pico do Baiano tem uma altura de 2.016 metros em relação ao nível do mar, e está próximo do distrito do Morro D’Água Quente. Segundo alguns montanhistas, este paredão é o maior de Minas Gerais e um dos maiores do Brasil. Teve sua primeira investida somente em 1993 e seu cume foi conquistado finalmente em 1994, onde foi aberta a via “Odisseia ao Crepúsculo” sendo considerada até hoje um grande desafio a muitos escaladores e montanhistas.

Missão complexa

O helicóptero Arcanjo do Corpo de Bombeiros também foi acionado para apoiar a operação. Antes da ação bem-sucedida, no entanto, foi necessário traçar um planejamento que durou horas, devido à altura do paredão, neblina e outras condições do tempo  que dificultavam tanto o acesso por meio da aeronave quanto a ancoragem dos equipamentos de segurança para a descida dos bombeiros e remoção das vítimas.

Numa das opções de salvamento, os militares teriam que descer do cume até as vítimas em uma parede sem ponto fixo. Na chamada escalada móvel, os praticantes do esporte vão colocando pontos de ancoragem temporários. Para acessar as vítimas, os bombeiros teriam que fazer perfurações na pedra, para colocar as chapeletas, numa distância de 200 metros e despois içar cada uma das vítimas, o que levaria muito tempo.

A segunda alternativa seria a retirada das vítimas por meio da aeronave, mas o acesso não seria fácil pois havia o risco de colisão das hélices com os penhascos do cume. Somente depois de muitos cálculos, os bombeiros chegaram a conclusão de que a opção mais segura seria mesmo com a ajuda da aeronave e assim procederam com a operação até a retirada das três vítimas em segurança.

Uma ajuda valiosa

Um bombeiro veterano foi convidado para participar do planejamento da operação. Trata-se do sargento Márcio Soares Bertolin Macena que atuou durante muitos anos no 2º Batalhão de Bombeiros Militar, em Contagem, e que se especializou em escalada. O conhecimento e a experiência do militar no assunto foram de fundamental importância para o sucesso da operação.

A operação durou 14 horas e contou com a participação de 6 viaturas e 25 militares de três unidades:  Batalhão de Emergências Ambientais e Resposta a Desastres, Batalhão de Operações Aéreas e 1º Batalhão de Bombeiros Militar, por meio da Companhia de Ouro Preto.