3º BBM realiza capacitação e credenciamento de mergulho

Início / Notícias Criado em: 02-12-2020 às 12h:34

Na última semana, o Terceiro Batalhão de Bombeiros Militar de Minas Gerais (3º BBM), realizou o credenciamento e reciclagem de mergulho, a fim de aprimorar os conhecimentos dos militares e torná-los ainda mais capacitados para o serviço operacional, dando uma reposta com eficiência durante ao enfrentamento do período chuvoso 2020/2021.

.Em 120 horas/aula (credenciamento e reciclagem), os bombeiros passaram por aulas teóricas e práticas, além de técnicas apuradas de mergulho livre e autônomo, que serão utilizadas em buscas e resgates subaquáticos frente às situações emergenciais.

Uma das atividades é realizada na câmara hiperbárica, que fica no Centro Mineiro de Medicina Hiperbárica. O equipamento, que simula a pressão, é utilizado para simular também um mergulho a seco, treinamento fundamental para orientar os militares quanto à conduta em casos de acidentes de mergulho como doenças descompressivas, que podem ocorrer nos casos em que o militar tenha que submergir de forma muito rápida. Nesses casos, devido à pressão, o nitrogênio residual pode ser liberado no organismo. Para tratar esse tipo de ocorrência é necessário submeter o militar a câmera hiperbárica   

A capacitação credenciou 10 novos mergulhadores, sendo 8 do 3º BBM e dois militares do Batalhão de Emergências Ambientais e Repostas a Desastres (Bemad); reciclou como alunos 7 outros mergulhadores, além dos 6 instrutores que também passaram pela reciclagem.  

O mergulho autônomo é uma atividade que vem sendo desenvolvida no Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais por oficiais e praças da corporação e vêm realizando trabalhos de busca e resgate subaquáticos em rios, lagoas e represas do Estado de Minas Gerais.

 Operacional

Recentemente, o 3º BBM, em cooperação com outras unidades, atendeu uma ocorrência de afogamento em que foi necessário empregar, além da técnica de mergulho, um equipamento sofisticado para ajudar na localização da vítima.

Um rapaz, de aproximadamente 38 anos, se afogou no lago conhecido como Lagoa Azul, que fica localizado na região metropolitana de Belo Horizonte, cujo o acesso era proibido para nado. Os militares chegaram ao local e realizaram "Pistões" (Técnica de busca submersa sem o uso de cilindros de ar). Como a vítima não foi encontrada, outra equipe foi acionada para apoio, transportando os materiais de mergulho para a busca submersa e equipada.

Como a água do lago era contaminada, os bombeiros precisariam então de equipamentos adequados para prosseguir com a missão, que contou com 13 militares do 1º e 3º Batalhão de Bombeiros Militar e Batalhão de Emergências Ambientais e Resposta a Desastres (Bemad), tripulando 5 viaturas na operação de buscas submersas.

Infelizmente, quando o Corpo de Bombeiros foi acionado, a vítima, que estava alcoolizada e tentou fazer a travessia da cava, já estava desaparecida nas águas, mas para o resgate do corpo foi necessário empregar uma operação especializada, com a aplicação de técnicas de busca e recuperação em águas contaminadas por meio do sistema de mergulho dependente com roupa seca.

Além do equipamento, foi feito o mapeamento de batimetria com a ajuda de um sonar, equipamento que faz a varredura do fundo. Com base nessa leitura, foi realizado um planejamento de tempo de fundo, profundidade máxima, dos riscos e verificação de perigos ocultos para o mergulhador.

A partir daí, foi definido o ponto de entrada e a preparação do militar, com a devida paramentação do sistema de mergulho dependente para àguas contaminadas, para iniciar o mergulho e a recuperação do corpo. Por meio de uma busca em zigue-zague, em coordenação com a equipe que estava no barco com a fonia, na superfície da represa, e após 1 hora e 40 minutos ininterruptos de mergulho foi feita a recuperação do corpo da vítima, procedendo com o acionamento da Polícia Civil para os devidos procedimentos.

Ao final da operação, os militares que tiveram acesso às águas contaminadas passaram pelo corredor de descontaminação, montado pela equipe do Pelotão de Operações com Produtos Químicos, Biológicos, Radiológicos e Nucleares (PQBRN), garantindo assim a segurança e integridade dos envolvidos.